Quando se ouve falar em
Cazaquistão a primeira coisa que nos vem à mente é: “Ai meu Deus é aquele país
que as mulheres vivem todas cobertas e o governo é regido pelos talibãs”? Calma
gente, muita calma nessa hora, não se pode confundir Cazaquistão com
Afeganistão, ou qualquer outro país com-ÃO mesmo porque as informações estariam
erradas de todas as formas. Então antes de descrever as minhas impressões sobre
o país e sua capital vai aí um pouco de história.
O nome do país vem da palavra “kazaj”
(pronuncia-se cazaques), que significa “aventureiros ou homens livres”. Ou
seja, tudo o que se pode esperar do segundo maior país da Ásia Central, só a
Europa Ocidental junto com Açores e Ilhas Canarias cabe de uma só vez neste
país. Sua paisagem varia de regiões montanhosas ao leste às planícies no oeste.
O Cazaquistão desde sua história,
datada em 2000 a.C., sempre foi um país dominado até que no século XV quando tribos
cazaques se unificaram. Em 1848 a Rússia anexou o território cazaque e em 1936
se tornou uma das Repúblicas da extinta União Soviética. Foi em 1991 com a
fragmentação da URSS, que o Cazaquistão se tornou independente.
Agora com um pouco da história do
país esclarecida posso voltar a descrever a minha experiência nesse país tão
peculiar cujo sua capital tem uma fundação bem parecida com a de Brasília, DF
já que foi totalmente planejada.
Praça da Bandeira - junho de 2010
A minha primeira visita a Astana
foi em junho de 2010! Havia três meses que os meus pais se mudaram para lá a serviço
do Governo Brasileiro. Confesso que a primeira impressão não foi das melhores,
pois até então não havia bebido do sonho do “Universo Particular”. Creio que a
distância, afinal são 13.273 quilômetros, foi um dos principais fatores. Mas o
mais impressionante, para mim, foi receber um status de “celebridade” em
Astana, pois na cidade só havia cinco pessoas negras na época (meus pais, outro
funcionário da Embaixada brasileira, o Embaixador da África do Sul, e uma
Segunda Secretária da Embaixada dos EUA). Até era motivo de piada sair na rua e
TODOS pedirem para tirar foto com você,
ou tentarem tirar fotos escondidos de seus celulares. Mas confesso que depois
de uma semana a “brincadeira” não tinha mais graça.
Bayterek - junho de 2012
Depois de passar quinze dias em
Astana sai de lá com a plena convicção que nunca mais pretendia voltar. Sabe
aquele ditado de avó: “Nunca diga nunca”, pois é ele é bem verdadeiro. Reza a
lenda que quem passeia pelo rio Ishim (rio que banha a cidade de Astana) sempre
volta. E acho que é bem verdade, pois lá voltei ainda mais duas vezes. Uma em
junho de 2012 para visitar meus pais novamente, e outra em setembro do mesmo
ano por motivos de saúde na família.
E foi aí que fui “mordida” pelos
encantos de Astana. A cidade teve uma tremenda transformação em apenas dois
anos a começar com o transporte público que está de primeira qualidade. Já não
era vista mais como “celebridade”, sem contar com as grandes obras que estão
fazendo na cidade e investindo em centros culturais e ginásios esportivos. Não
é atoa que a cidade irá sediar a EXPO 2017 com o tema “Energia Sustentável e
Tecnologia para Todos”.
Shopping Center - junho de 2012
Astana está se transformando numa
cidade cosmopolita que não ficará em nada a desejar as suas “cidades-irmãs” do leste
europeu e centro-asiático. O Cazaquistão tem uma impressionante taxa de 0,02%
de analfabetismo, pois o governo faz a campanha que para se construir um país
forte precisa-se de educação de qualidade. Obviamente que nem tudo são flores
em Astana, ou no restante do país, ainda há um largo caminho para ser
percorrido mais definitivamente o Cazaquistão é um país que vale apena ser
conhecido e sua capital atual também. Quando lá estive não cheguei a conhecer a
antiga capital Almaty, que dizem por sinal ser mais cosmopolita e avançada do
que Astana. Mas quem sabe um dia, o futuro só a Deus pertence!
Bayterek com neve - novembro de 2012
Dicas de Astana:
1)
Vale muito apena
visitar a cidade no verão (junho/julho) e fazer um maravilhoso e refrescante
passeio de barco pelo rio Ishim (custa cerca de USD 1,50 na moeda local TENGE);
2)
Visita ao Bayterek – a
torre de TV deles – que tem uma vista fantástica e um charmoso café-bistrô
(entrada para visitar a torre custa cerca de USD 2,50 na moeda local);
3)
Um passeio pelo centro
econômico da cidade que conta com várias praças e três grandes shoppings
centers (grátis);
4)
Um passeio pela
Esplanada dos Ministérios com parada obrigatória ao Palácio da Justiça (grátis).
Esplanada dos Ministérios vista por dentro do Bayterek - junho de 2010
O céu de Astana às 21h30 de um dia de verão - junho de 2012
Eu vestida de pinguim - dezembro de 2012
Como
chegar:
O melhor custo X benefício para se chegar a Astana é
voando pela Lufthansa, via Frankfurt, saindo de Guarulhos por cerca de USD
2.270 o aéreo.
Onde
ficar:
Você pode se hospedar por uma semana no King Hotel Astana
(http://kinghotelastana.com/en/),
num quarto duplo com café da manhã incluso por cerca de R$ 2.247,00.
Onde
comer:
Cafestar
- Nursaya
complex, Astana
Esse gracioso restaurante e café fica no centro da cidade a direita do
Bayterek, e logo no térreo do complexo residencial aonde meus pais moravam. Boa
comida e muito agradável no verão.
Muito bom restaurante com ornamentação árabe. Os garçons estão de traje típico
no bom e velho estilo Aladim. Ótima comida típica com um delicioso churrasco à
la Cazaque de frango ou carne bovina.
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