sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Você já ouviu falar em ASTANA?



Quando se ouve falar em Cazaquistão a primeira coisa que nos vem à mente é: “Ai meu Deus é aquele país que as mulheres vivem todas cobertas e o governo é regido pelos talibãs”? Calma gente, muita calma nessa hora, não se pode confundir Cazaquistão com Afeganistão, ou qualquer outro país com-ÃO mesmo porque as informações estariam erradas de todas as formas. Então antes de descrever as minhas impressões sobre o país e sua capital vai aí um pouco de história.

O nome do país vem da palavra “kazaj” (pronuncia-se cazaques), que significa “aventureiros ou homens livres”. Ou seja, tudo o que se pode esperar do segundo maior país da Ásia Central, só a Europa Ocidental junto com Açores e Ilhas Canarias cabe de uma só vez neste país. Sua paisagem varia de regiões montanhosas ao leste às planícies no oeste.
O Cazaquistão desde sua história, datada em 2000 a.C., sempre foi um país dominado até que no século XV quando tribos cazaques se unificaram. Em 1848 a Rússia anexou o território cazaque e em 1936 se tornou uma das Repúblicas da extinta União Soviética. Foi em 1991 com a fragmentação da URSS, que o Cazaquistão se tornou independente.


Agora com um pouco da história do país esclarecida posso voltar a descrever a minha experiência nesse país tão peculiar cujo sua capital tem uma fundação bem parecida com a de Brasília, DF já que foi totalmente planejada.


Praça da Bandeira - junho de 2010

A minha primeira visita a Astana foi em junho de 2010! Havia três meses que os meus pais se mudaram para lá a serviço do Governo Brasileiro. Confesso que a primeira impressão não foi das melhores, pois até então não havia bebido do sonho do “Universo Particular”. Creio que a distância, afinal são 13.273 quilômetros, foi um dos principais fatores. Mas o mais impressionante, para mim, foi receber um status de “celebridade” em Astana, pois na cidade só havia cinco pessoas negras na época (meus pais, outro funcionário da Embaixada brasileira, o Embaixador da África do Sul, e uma Segunda Secretária da Embaixada dos EUA). Até era motivo de piada sair na rua e TODOS pedirem para tirar foto com você, ou tentarem tirar fotos escondidos de seus celulares. Mas confesso que depois de uma semana a “brincadeira” não tinha mais graça.


Bayterek - junho de 2012

Depois de passar quinze dias em Astana sai de lá com a plena convicção que nunca mais pretendia voltar. Sabe aquele ditado de avó: “Nunca diga nunca”, pois é ele é bem verdadeiro. Reza a lenda que quem passeia pelo rio Ishim (rio que banha a cidade de Astana) sempre volta. E acho que é bem verdade, pois lá voltei ainda mais duas vezes. Uma em junho de 2012 para visitar meus pais novamente, e outra em setembro do mesmo ano por motivos de saúde na família.


E foi aí que fui “mordida” pelos encantos de Astana. A cidade teve uma tremenda transformação em apenas dois anos a começar com o transporte público que está de primeira qualidade. Já não era vista mais como “celebridade”, sem contar com as grandes obras que estão fazendo na cidade e investindo em centros culturais e ginásios esportivos. Não é atoa que a cidade irá sediar a EXPO 2017 com o tema “Energia Sustentável e Tecnologia para Todos”.

Shopping Center - junho de 2012

Astana está se transformando numa cidade cosmopolita que não ficará em nada a desejar as suas “cidades-irmãs” do leste europeu e centro-asiático. O Cazaquistão tem uma impressionante taxa de 0,02% de analfabetismo, pois o governo faz a campanha que para se construir um país forte precisa-se de educação de qualidade. Obviamente que nem tudo são flores em Astana, ou no restante do país, ainda há um largo caminho para ser percorrido mais definitivamente o Cazaquistão é um país que vale apena ser conhecido e sua capital atual também. Quando lá estive não cheguei a conhecer a antiga capital Almaty, que dizem por sinal ser mais cosmopolita e avançada do que Astana. Mas quem sabe um dia, o futuro só a Deus pertence!

Bayterek com neve - novembro de 2012


Dicas de Astana:
1)    Vale muito apena visitar a cidade no verão (junho/julho) e fazer um maravilhoso e refrescante passeio de barco pelo rio Ishim (custa cerca de USD 1,50 na moeda local TENGE);

2)    Visita ao Bayterek – a torre de TV deles – que tem uma vista fantástica e um charmoso café-bistrô (entrada para visitar a torre custa cerca de USD 2,50 na moeda local);


3)    Um passeio pelo centro econômico da cidade que conta com várias praças e três grandes shoppings centers (grátis);


4)    Um passeio pela Esplanada dos Ministérios com parada obrigatória ao Palácio da Justiça (grátis).


Esplanada dos Ministérios vista por dentro do Bayterek - junho de 2010

O céu de Astana às 21h30 de um dia de verão - junho de 2012

Eu vestida de pinguim - dezembro de 2012

Como chegar:

O melhor custo X benefício para se chegar a Astana é voando pela Lufthansa, via Frankfurt, saindo de Guarulhos por cerca de USD 2.270 o aéreo.

Onde ficar:

Você pode se hospedar por uma semana no King Hotel Astana (http://kinghotelastana.com/en/), num quarto duplo com café da manhã incluso por cerca de R$ 2.247,00.

Onde comer:

Cafestar - Nursaya complex, Astana 
Esse gracioso restaurante e café fica no centro da cidade a direita do Bayterek, e logo no térreo do complexo residencial aonde meus pais moravam. Boa comida e muito agradável no verão.

Ali Baba - 3 Bukeikhan st., Astana (http://www.arka.kz/en/pages/87.html)
Muito bom restaurante com ornamentação árabe. Os garçons estão de traje típico no bom e velho estilo Aladim. Ótima comida típica com um delicioso churrasco à la Cazaque de frango ou carne bovina. 

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